Terminal Rodoviário

O Tijolo do Século XXI...

Se há coisa mais detestável para a minha pessoa enquanto motorista é, com alguma frequência, ter de chamar a atenção para determinados comportamentos que um passageiro não deve ter perante os demais presentes no interior do autocarro.

Não só acabamos por parecer o mau da fita como ainda temos depois de aturarmos uns quantos piropos de quando em vez... É... Sinais do tempo, diria o outro...

Mas debrucemo-nos sobre uma situação em particular...

Quem viveu no Século XX, na louca dédada de 80 (que saudades...), facilmente se recordará de ir na rua ou mesmo no autocarro, ou simplesmente estar na praia e ao lado estar um (ou um grupo) elemento com o seu tijolo.

E o tijolo não era mais que um caixote (a que chamavam de aparelhagem portátil) que berrava música em altos berros e se fartava de gastar pilhas do tipo D quase tão depressa como um puto devora um saco de gomas.

Depois, esta prática perdeu-se no tempo, passando a dar-se valor à descrição de uns bons phones.

Mas agora está de volta... E em proporções mais terríveis e destruidoras... O responsável por isto é esse aparelhinho que quase toda a gente tem (se conhecer alguém se um telefone para o 966... ), um telemóvel...

Telemóvel que é um telemóvel tem de ter leitor de mp3, preparadíssimo para reproduzir num estilo completamente estridente, irritável e insurdecedor a pior música que se pode ter num leitor de mp3 (bolas, até o meu circuito digestivo produz sons mais giros...). Não só espantamos os amigos com tal maravilhosa tecnologia como somos mesmo capazes de espantar os mais pacatos que se encontrem nas imediações (ou no mínimo, provocar-lhes naúseas...)

Ainda por cima, o "raios-te-partam" do aparelho tem a capacidade de reprodução de som em alta fidelidade de um altifalante da carrinha da peixeira que visita a terra da sua avó... Está a ver não está ?

Mas se não está, não queira mesmo é ouvir...